Who Farted? - O Blog.

O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.

Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.

Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.

29 setembro 2016

Rupturas Abruptas Irrestritas


"Os problemas da minha vida estão em mim mesmo" - já dizia o filósofo esquerdista Emmanuel Kornsteinn.

Não que adiante jogar tudo por alto, pois é muito provável que, depois de tanta destruição e revolta, eu vá parar no mesmo lugar, em outro momento. Mas há lá o que se aproveitar em se começar do zero. Há sempre o alívio imediato dos recomeços, das zeradas de expectativas.

Há sempre este peso incômodo das coisas mal resolvidas, até que simplesmente se decrete desistência irrevogável.

Chega uma hora em que os resultados de tudo que me cerca ficam tão deteriorados, que pouca coisa serve, quase nada se aproveita para um caldo safado qualquer. Nem esta bobagem amorosa em que resolvi acreditar, nem os resultados de meus esforços profissionais, nem as parcas amizades que cultivo. Está tudo errado comigo - um impaciente, que como todos, deseja que o mundo seja como em seus planos mais precisos.

Os planos são simples. Trocar minha guitarra por uma lambreta. Mudar de cidade e de nome. Fazer uma nova tatuagem. Aprender a dança secreta das tribos indígenas dos Apalaches. Vender meu ventilador.

Pronto, resolvido. E logo me mudo.

Ou mudo de ideia.

21 setembro 2016

Refluxos Sentimentais


A mente da gente dá uns nós malucos. De repente, eu tive um daqueles sonhos realistas e apaixonados com uma daquelas meninas que prefiro esquecer que de alguma forma passaram em minha vida. Nada contra a menina, mas contra a vida como ela às vezes pode ser.

Se fosse pelo sonho, eu até ia ficar feliz por ter um segundo round, mais maduro, desta história perdida no tempo.

Mas o tempo não volta do mesmo jeito. Ele volta em outras pessoas e outros cenários.

A vida sentimental da maioria das pessoas que conheço é extremamente repetitiva. Elas tendem a encontrar e se apaixonar por pessoas sempre muito parecidas entre si. Deveria ser o oposto, deveríamos nos deleitar com a descoberta de novas possibilidades, novos sabores.

Apesar de eu não me conhecer muito bem, como sugere este sonho desenterrado, minha vida sentimental parece apostar nos refluxos e nas semelhanças, tanto quanto a de quase todo mundo que conheço.

Talvez por isso, os místicos sugiram que haja um carma a ser resolvido por cada um antes de morrer. Seria como um loop infinito do qual você só sai se resolver o enigma do dragão - e avaliando o flashback, eis me aqui de novo.

Novos personagens, longas histórias, finais surpreendentemente iguais. Ou eu faço algo assim, todo errado, dar certo, ou parece que voltarei sempre aqui.

A mente da gente escreve certo por linhas tortas. Ela avisa, informa, repassa.

O que devo resolver em minha vida, ó grande guru sentimental?

"Errrr... ... ...".

Tá bom, deixa comigo, de novo.

17 setembro 2016

Procriação e Procrastinação


Bora ser piegas de uma vez só, pra não pensar demais: mesmo nesse mundo louco, onde todos tentam fingir que não, o amor existe. Tenho provas irrefutáveis disto, e me preocupo.

É a gota d'água que cai na pedra quente, que tanto bate até que evapora.

É fato que em termos evolutivos o amor é apenas uma ilusão química, que nos estimula para a reprodução e o cuidado com as crias. Mas é bem verdade, também, que se este for o sentido da vida, não se permitir iludir é não se dar o direito de enxergar sentido na existência, e portanto, de alguma forma, se dedicar a apenas morrer sem fazer nada que preste.

Mas a constatação mais louca que sempre tive nesta vida, e que, a cada ano que passa, deixo de tentar desacreditar em minhas ilusões perceptivas, é que amar gera a tal conexão mental entre as pessoas envolvidas - provavelmente, eu sinto, nas madrugadas, a falta que ela começa a sentir de mim.

E não estou ficando louco - provavelmente, estamos falando de falta de cerveja (nela).

Diferente do que geralmente vejo em mim, mesmo assim não estou em clima de melancolia.

Devo estar velho pra tudo isso. O mistério destas percepções e mágicas ilusórias de sentido da vida é que, quando acontecem, trazem sempre um sentido de absurdo e de improvável. Aquele sentimento de perda que sempre dá o empurrãozinho final.

E no final, o que vale é que seus beijos me fazem bem.

Então, me deixa bem, por hoje.

Não vou estragar estes pensamentos postados aqui com um final cínico, desta vez.

A vida e seus encontros já são cínicos o bastante comigo.

Se eu tivesse de dizer algo neste momento, seria:

"Vê se para de me deixar ir embora assim, sem fazer nada, porque eu estou indo sem querer".

15 setembro 2016

A Geração Destestosteronizada


Nunca fomos tão femininos, para bem e para mal. Quase todo dia, recebo postagens pelo Facebook que falam sobre os problemas e qualidades das novas gerações, mas poucas observações li a respeito disto, salvo a própria constatação de que a testosterona, e todos os comportamentos ligados a ela, estão pelo menos fora de moda - se ela mesmo não estiver circulando em menores quantidades.

Tudo o que posso dizer sobre isso pode ser um tanto politicamente incorreto, impopular, mas foda-se - somos todos adultos, não somos? Podemos conviver com alguma opinião adversa para reflexão, espero.

Não sei dizer se isto é reflexo de algo com bases científicas, tal como excesso de ingestão de soja no Toddynho e no Miojo, ou apenas a falta de estímulo externo por conta das novas demandas, mais intelectuais do que físicas, das grandes cidades e seu distanciamento digital.

Mas quem sou eu pra saber desses trens? Nem médico nem psicólogo. Tudo é apenas observação e especulação minha.

O estrogênio, a malícia feminina, suas chantagens emocionais, seu talento para reclamar e ter sempre razão de algum ponto de vista misterioso, tudo isso tem cara de mundo moderno, seja na política, nas relações pessoais, nas expectativas quanto ao que o mundo tenha a oferecer.

Basicamente, todos, sejam homens ou mulheres, querem direitos sobre o calor da fogueira, e existe pouca gente interessada em cortar lenha.

Sexo de verdade, do tipo que se faz de forma presencial, anda meio fora de moda, inclusive, ainda que os simulacros gélidos desta antiga forma de amor estejam em alta.

Talvez, a diferença entre homens e mulheres não ande grande o suficiente para gerar fagulhas de desejo entre os dois sexos, e provavelmente por isso mesmo, tanta gente ande se encorujando em relações com pessoas do mesmo sexo, meio sem sexo, se você me entende - noto uma certa burocratização das relações, uma ênfase maior em querer ser atendido por uma convivência ao estilo do quarto das irmãs, e menos visceral.

Ou, deixa eu colocar de ladinho, agora: sexo nunca foi tão fácil, na verdade, mas se percebe uma certa mecanização, uma preocupação imensa com os papeis de cada um, e seu abandono prematuro, durante as relações mais longas.

O termo Rock'n'Roll foi baseado, por exemplo, no ato sexual.

Note que, antigamente, uma banda de Rock era algo típico de cabamachos altamente testosteronizados, suados e maus.  Hoje, fico apreensivo ao imaginar o que aconteceria se uma barata entrasse num estúdio de ensaio de uma banda de barbudinhos sensíveis - seria uma gritaria, uma correria.

Certa vez, estava observando um destes meninos Los Hermanos Friendly chegando em uma menina fofíssima em frente a um bar, e tive muito medo do que poderia surgir daquela relação.

O cara ia chegando lentamente, com as mãos para trás, com trejeitos fofos, para dar uma bicota cuidadosa na boca da menina, que vestida como uma boneca vintage moderna, fingia achar tudo aquilo a coisa mais chuquichuqui do mundo - sem muito língua e sem muita baba.

Se esta relação perdurou, certamente foi baseada em assistir seriados do Netflix e milk-shake do Bob's, com o ar-condicionado ligado - para ninguém suar demais.

Todo mundo sabe que em algum momento desta vida sobrecontrolada de movimentos medidos, esta menina vai precisar encontrar um homem com pegada, ou essa porra toda vai desandar de vez, e passaremos a procriar apenas em laboratório, como nos filmes de ficção científica!

É preciso esclarecer que testosterona é algo que influencia o comportamento do homem e da mulher. É ela que dá, também às mulheres, aquele sexdrive mais forte, e muito de sua sensualidade.

Não sei se isto é causa ou efeito, mas a impressão que tenho é que nenhum homem entende mais as mulheres como antigamente, pois isto é meio politicamente incorreto. Mulheres possuem esta característica contraditória, de reclamar daquilo que gostam, dizer que não quer e rezar pra você insistir mais um pouco, amar os homens que elas odeiam.

Como fazê-las felizes e sexuadas, num mundo de respeito quase insistente às suas vontades? Não deve rolar, sei lá. Vira uma boneca ranzinza e mimada, ou uma pegadora de coração gelado.

E o preocupante é que os homens querem o mesmo! (WTF)

E por favor, não me venha politizar nada disso, com bobagens sobre machismo, femismo, feminismo. O papo cabeça aqui foi sobre o amor e seus mistérios.

Seremos como os ursos Pandas.