Who Farted? - O Blog.
O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.
Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.
Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.
01 março 2017
A Importância de Tudo
Existe algo que sempre me incomodou no carnaval de Recife e Olinda, desde que eu o frequento. É um momento que junta muita gente em um espaço muito pequeno de tempo e perímetro. A cidade já é pequena, meu círculo não se estende demais. Logo, todos que eu conheço estão ali, concentrados.
Um cara vai dar uma caminhada curta na folia e é obrigado a se confrontar com todas as coisas mal resolvidas da vida, como numa cena de kung-fu do The Matrix. Ex-mulheres, tretas, noivas em fuga, mulheres apaixonadas, transas rápidas - estão todas lá, enfileiradas.
O resultado geralmente é uma série de revivals não planejados, sexo inesperado e espetinhos mal cozidos com cerveja quente, no final da noite.
Este ano, mantive minha tradição: eu poderia lhe fazer um mapa com as melhores barraquinhas de comida de rua do centro da cidade.
Sobre aquele beijo, releve. Deve ter sido a cerveja quente.
O que me resta é pensar que não tenho mais vontade de mudar ninguém. Pode ser fase, mas tenho percebido uma grande mudança de comportamento em mim, nos últimos meses.
Tudo se passou ao estilo da cena final do La La Land. Há alguns anos, a importância seria inquestionável.
Mas hoje, não. Somos outras pessoas - faça mais uma tatuagem sobre mim, se ainda houver espaço nessa pele que já me deu tantos bons arrepios.
A vida escolhe muita coisa pra a gente, sem perguntar. Nada disso vai nunca ser em vão. É apenas caminho. Eu gostei dessa parte do caminho.
O que mais me move na direção de quem quer que seja é saber de seu desejo de estar perto, e de fato estar - nada de noivas em fuga. Destas, já existem tantas, que de tanto correrem, chegam até mim sem nem querer. Porque eu me moveria por isso?
Neste carnaval, nestas poucas horas que passei entre os foliões, tive sensações que me serviram como um segundo fim de ano. Foi um catalizador de decisões, em clareador de visão.
Este é o momento de repensar muita coisa, rever muitos caminhos.
Sou extremamente resistente ao abandono de objetivos e desejos sem antes cumpri-los plenamente. Mas, talvez mesmo por entender que não estou ficando mais jovem, seja hora de reorganizar as gavetas, matar as baratas, abrir as janelas e as portas. Deixar o ar entrar.
Meu maior medo nunca vai ser me machucar - mas ferir os outros. Tudo é um grande ecossistema. Às vezes, posso ser a pior pessoa do mundo, acredite. E isso é uma coisa boa.
One bourbon, one scotch, one beer.
Eu quero apenas ver as coisas como são, por ora.
Deixemos de marra e tanto praqueisso, que a vida encurta,
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