Acompanhando minha
recente atualização com os apps da moda, incluindo os Tinders da
vida, acabei me impondo uma nova meta, de conhecer e flertar com mais
meninas do que o meu usual, pois sou preguiçoso que só neste
quesito também, para ver se consigo comer alguém - ou pelo menos
casar, ter filhos, dois cachorros e uma piscina.
Pelos últimos anos
tenho me visto na mesma crise em que tantas outras pessoas estão e
descrevem como "o povo não quer mais nada com ninguém".
Baseado em minhas
recentes pesquisas pelo instituto Who Farted, o problema consiste em
pecar pelo excesso de opções apenas pelo excesso.
Da mesma forma como
transferimos nossos relógios, agendas e despertadores para dentro
dos celulares, nos acostumamos a jogar nossa vida amorosa para lá
também, em conversas toscas de Whatsapp após uma pescaria fast food
nos tais Tinders.
O que muita gente
identifica como saudável, o tal hábito de se manter trinta
conversas sobre sexo ao mesmo tempo, para no final eleger apenas uma,
que provavelmente não vai lhe eleger de volta, e acabar encontrando
pessoalmente apenas aquela outra que nem tava na primeira lista, está
nos matando a todos.
Reforço que estamos
desaprendendo a flertar e principalmente a desenganchar do flerte
para algo mais sério, ou não, sem a ajuda de uma janela de
bate-papo, onde justamente, o texto incomoda.
Não que eu goste de
discutir a relação. Mas o que estamos enfrentando agora é algo
astronomicamente pior. A completa rejeição ao diálogo,
contraditório se temos excesso de sexo falado.
Ou, passe horas
conversando com uma menina que se derrete a seu lado em olhares
promíscuos e frases em tons suaves de voz, e se não houver sexo, se
não houver apenas um beijo de língua, todo seu trabalho se perderá
na nuvem, nem tente se referir a este momento como algo romântico em
suas memórias, pois a outra pessoa negará até a morte que se
tratava disto. Situação cada vez mais comum, hoje em dia.
Tudo precisa ser
subliminar, jamais citado, jamais encarado de frente, ou reconhecido
em palavras, enquanto fora de um bate-papo. Definir estas coisas em
palavras, mesmo curtas e coloquiais, se tornou sujo e anti-heróico.
Não foi uma nem duas,
talvez mais de cinco ou seis ou dez, vezes em que após passar noites
de pleno flerte com meninas que falavam rente à minha boca, fui
escanteado com um "puxa, amigo, veja bem, não é bem isso"
quando tentei buscar esta lembrança em palavras.
Namorar? Não, hoje
temos um "não sei bem o que ainda". Vocês ficaram? Não,
"rolou um lance sem nome".
Em outras palavras, por
falar nelas, ninguém mais precisa se comprometer minimamente, e a melhor maneira de se começar um relacionamento é
apenas agir e pouco falar, pouco expressar, e depois deixar passar.
Mas agora, falemos da
parte boa, a grande maioria das meninas que me escanteou com um "não
me comprometa com suas lembranças e percepções" simplesmente
acabou me dando pelo menos beijo na boca, o que em tempos atrás já
foi considerado amor. Ou seja, pare de ler o que estas loucas
escrevem em sua janela de bate-papo, ou você vai achar que também
está ficando doido.
Tentei pesquisar sobre
as características de cada mulher, entender de signos, mas
analisando rapidamente, concluo que todas as mulheres têm o mesmo
signo, pois todas agem muito igual.
E eu tenho este hábito
louco e ultrapassado de tentar escrever, explicar, tentar resolver os
momentos com textos que crescem e crescem.
Não, você não está
louco, este texto está realmente "banda voou", como
pensamentos à beira-mar de Olinda, numa manhã chuvosa.
Mas voltando ao assunto
inicial, minha missão, aquela de conhecer mais meninas, tem sido
cumprida aos trancos e barrancos, mas sem me trazer de volta aos
momentos de pegação experimental dos vinte e poucos anos. O projeto
é mesmo sério, não é uma piada do blog, mas o foco é privilegiar
mesmo minha lentidão, minha observação, deixar mesmo passar os
sentimentos verdadeiros e as bundinhas de cima.
Se chama "Projeto
Né Possível Que Num Tenha Ninguém Que Pense Como Eu"
Pra mim, agora, é a
busca do excesso pelo refinamento do resultado, e não pelo aumento
da ação.
E nem é tanto excesso
assim.
E vejam como sou
corajoso... Sem aplicativos, para estes fins.
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