Who Farted? - O Blog.

O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.

Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.

Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.

16 março 2016

Signos e Flertes


 Acompanhando minha recente atualização com os apps da moda, incluindo os Tinders da vida, acabei me impondo uma nova meta, de conhecer e flertar com mais meninas do que o meu usual, pois sou preguiçoso que só neste quesito também, para ver se consigo comer alguém - ou pelo menos casar, ter filhos, dois cachorros e uma piscina.

Pelos últimos anos tenho me visto na mesma crise em que tantas outras pessoas estão e descrevem como "o povo não quer mais nada com ninguém".

Baseado em minhas recentes pesquisas pelo instituto Who Farted, o problema consiste em pecar pelo excesso de opções apenas pelo excesso.

Da mesma forma como transferimos nossos relógios, agendas e despertadores para dentro dos celulares, nos acostumamos a jogar nossa vida amorosa para lá também, em conversas toscas de Whatsapp após uma pescaria fast food nos tais Tinders.

O que muita gente identifica como saudável, o tal hábito de se manter trinta conversas sobre sexo ao mesmo tempo, para no final eleger apenas uma, que provavelmente não vai lhe eleger de volta, e acabar encontrando pessoalmente apenas aquela outra que nem tava na primeira lista, está nos matando a todos.

Reforço que estamos desaprendendo a flertar e principalmente a desenganchar do flerte para algo mais sério, ou não, sem a ajuda de uma janela de bate-papo, onde justamente, o texto incomoda.

Não que eu goste de discutir a relação. Mas o que estamos enfrentando agora é algo astronomicamente pior. A completa rejeição ao diálogo, contraditório se temos excesso de sexo falado.

Ou, passe horas conversando com uma menina que se derrete a seu lado em olhares promíscuos e frases em tons suaves de voz, e se não houver sexo, se não houver apenas um beijo de língua, todo seu trabalho se perderá na nuvem, nem tente se referir a este momento como algo romântico em suas memórias, pois a outra pessoa negará até a morte que se tratava disto. Situação cada vez mais comum, hoje em dia.

Tudo precisa ser subliminar, jamais citado, jamais encarado de frente, ou reconhecido em palavras, enquanto fora de um bate-papo. Definir estas coisas em palavras, mesmo curtas e coloquiais, se tornou sujo e anti-heróico.

Não foi uma nem duas, talvez mais de cinco ou seis ou dez, vezes em que após passar noites de pleno flerte com meninas que falavam rente à minha boca, fui escanteado com um "puxa, amigo, veja bem, não é bem isso" quando tentei buscar esta lembrança em palavras.

Namorar? Não, hoje temos um "não sei bem o que ainda". Vocês ficaram? Não, "rolou um lance sem nome".

Em outras palavras, por falar nelas, ninguém mais precisa se comprometer minimamente, e a melhor maneira de se começar um relacionamento é apenas agir e pouco falar, pouco expressar, e depois deixar passar.

Mas agora, falemos da parte boa, a grande maioria das meninas que me escanteou com um "não me comprometa com suas lembranças e percepções" simplesmente acabou me dando pelo menos beijo na boca, o que em tempos atrás já foi considerado amor. Ou seja, pare de ler o que estas loucas escrevem em sua janela de bate-papo, ou você vai achar que também está ficando doido.

Tentei pesquisar sobre as características de cada mulher, entender de signos, mas analisando rapidamente, concluo que todas as mulheres têm o mesmo signo, pois todas agem muito igual.

E eu tenho este hábito louco e ultrapassado de tentar escrever, explicar, tentar resolver os momentos com textos que crescem e crescem.

Não, você não está louco, este texto está realmente "banda voou", como pensamentos à beira-mar de Olinda, numa manhã chuvosa.

Mas voltando ao assunto inicial, minha missão, aquela de conhecer mais meninas, tem sido cumprida aos trancos e barrancos, mas sem me trazer de volta aos momentos de pegação experimental dos vinte e poucos anos. O projeto é mesmo sério, não é uma piada do blog, mas o foco é privilegiar mesmo minha lentidão, minha observação, deixar mesmo passar os sentimentos verdadeiros e as bundinhas de cima.

Se chama "Projeto Né Possível Que Num Tenha Ninguém Que Pense Como Eu"

Pra mim, agora, é a busca do excesso pelo refinamento do resultado, e não pelo aumento da ação.

E nem é tanto excesso assim.

E vejam como sou corajoso... Sem aplicativos, para estes fins.

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