Who Farted? - O Blog.

O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.

Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.

Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.

19 agosto 2016

Verdades Bestas


Depois de anos de reflexão (quase) solitária na suíte dos ventos uivantes do Heartbreak Hotel, hoje pela manhã, em uma daquelas epifanias que todos um dia temos antes do café, percebi que na verdade existe quem simplesmente não precise de ninguém.

Eu achei que eu mesmo fosse desse jeito, pra ser sincero.

Afinal, eu tenho prazer em estar sozinho, não sou do tipo que casa nem namora por reflexo e hábito. Eu simplesmente não preciso de ninguém, a não ser que eu precise.

Contudo, geralmente não preciso.

Amores e paixões para alguém que realmente não precisa de ninguém surgem apenas pela vontade do dia, como quem acordou com vontade de comer pizza ou panqueca. Geralmente, não tem nada a ver com as outras pessoas envolvidas, e apenas com sua própria vontade de matar o tédio. Não se trata de maldade ou egoísmo, e sim de uma certa virgindade sentimental, de quem, provavelmente, nunca se ferrou de verdade nestas coisas.

Mas nisto, não me encaixo não.

Talvez, tenha sido como cheguei aonde estou, adquiri minhas crenças atuais, ano a ano - devo ter partido de algo assim.

Hoje, penso que precisar de alguém, mesmo, nunca preciso. Mas, às vezes, simplesmente quero.

16 agosto 2016

As Intenções Sexuais de Cada Um


O Instituto de Sexologia Aplicada Who Farted, em recentes percepções de mercado, tem notado que a atual obrigação de transar bem, gozar e fazer gozar, tem feito com que alguns destes encontros românticos casuais estejam se tornando demasiadamente mecanizados, chatos, com excesso de expectativas e esvaziados de sua essência principal.

Provavelmente, isto é fruto daquela geração que ficava contando com quantas meninas tinham ficado na balada, e de quebra tem afastado muita gente da prática da coisa toda, por mero desinteresse - o que é alarmante.

Para facilitar a vida dos jovens mancebos, o ancião sexual WhoFa, ex-barbossexual ativo e gordossexual praticante, resolveu juntar um pouco de seu nobre conhecimento sobre os vários possíveis pontos de vista de uma boa transa, misturar com dados científicos de todos os Institutos do Grupo de Estudos Who Farted, em um compêndio sucinto, para quem sabe, revitalizar o entendimento de algumas modalidades importantes na vida de pecados de todos nós.

Dentro destas modalidades citadas, se encaixarão todas as formas criativas de fazer cada uma delas, como por exemplo, em grupo, casual, no casamento, em formato hétero, homo ou pan, poli... Você escolhe. O que vamos descrever são as intenções e não a forma de fazer.

Simbora nesta viagem ao conhecimento!

Manual Who Farted das Intenções Sexuais.


"Dar": esqueça todas as preocupações da revista Marie Claire sobre encontrar o ponto G, ou chegar ao orgasmo junto com seu parceiro. Um dos prazeres que estão sendo esquecidos, negligenciados, é este de simplesmente se permitir ser usado por alguém, perder o controle da situação. O prazer é exatamente esse, de ser dominado, independente do prazer sexual em si, do gozo. Talvez por não entender isso, muita gente complica este mecanismo e vai parar no sadomasoquismo barato dos 50 tons de cinza, tentando encontrar esta situação de domínio que poderia ser curtida de boas, simplesmente relaxando e dando bastante, deixando que seu parceirão se aproveite dos prazeres de seu corpinho. No caso das meninas espertas e bem estudadas, muitas ficam preocupadinhas com esta obrigação de gozar ou em não fazer posições politicamente incorretas com seus cabamachos.

Se questões políticas te preocupam, cara moçoila, arrume um militante com formação prática nas boas práticas sexuais segundo Simone, e vaitimbora ser feliz. Ou, aproveita bobinha, e aprenda que homens também podem "dar" para mulheres, seguindo esta mesma lógica, simplesmente se permitindo serem dominados, usados por elas - e esta é sua chance de se vingar dos homens maldosos e machistas.

Mas acima de tudo, anota aí: "não tem nada de errado nesta modalidade, e muita gente sempre soube disso e fez assim, mesmo sem entender bem porque era bom. Hoje, as meninas já ganharam liberdade para exercer sua busca sexual pelo orgasmo perfeito. E nada mais as impede de agora retomar, também, o direito de de vez em quando, opcionalmente, simplesmente dar descuidadosamente e curtir esta sensação de se perder um pouco, sem ter de dar satisfação pra seu ninguém, além de você mesma."

"Comer" - se tem alguém pra dar, é bom que tenha alguém pra comer. Comer é algo que deve contar com a mesma despreocupação de quem resolveu dar - o foco não é fazer a parceira ou parceiro gozar, mas extrair dele todo o prazer que você puder para você mesmo, de forma bem egoísta. Nesta relação, é isso o que contraditoriamente vai dar prazer a quem está dando, ora pois. De novo, é preciso explicar que este é um jogo consentido e desejado por quem o pratica, e a relação com as modalidades mais radicais desta negociação de domínio é imediata.

Na opinião tosca deste cabassafado, com mero embasamento nas pesquisas de biopsiquiatria sexual do Instituto Who Farted, quem tem fetiche em sado-masô ou em brincadeiras de estupro precisa claramente se reconciliar com o basiquinho de comer-dar (eu disse brincadeiras, e claro que você entendeu claramente o que eu disse, se não for virgem! - não me venha fazer política com o velho WhoFa) .

"Fazer Sexo/Transar/Trepar" - agora sim, é o momento de você pegar aquela Revista Capricho e seguir o mapa do ponto G, com teorias e técnicas de estimular o clitóris e o bico do peito ao mesmo tempo, com o Kama-Sutra na mão, tomar aquele Viagra de garantia, estudar técnicas de coito via internet etc. Esta é a modalidade olímpico-artístico-esportiva do sexo, e sim, aqui é melhor que todo mundo goze, pois este é o foco. É aqui que pinto grande e bumbum durinho mostram lá seu valor.

Mesmo assim, pesquisas recentes do Instituto de Neurociências Aplicadas à Sexualidade Who Farted, indicam que este não é momento de fazer pressão, nem política, e dominar ou ser dominado pode fazer parte do pacote sem nenhum tipo de representação da sua realidade político-social, se é que você me entende. O papo aqui é sobre hormônios e sua posição enquanto animal fantasiante.

Ligue o foda-se literalmente falando, ou nada disso vai dar muito certo.

"Fazer Amor" - diferente das outras modalidades, nesta não é necessário qualquer tipo de demonstração de poder sexual. O foco neste caso deve ser o carinho que um tem pelo outro, o toque mais sutil, a troca de bons sentimentos, boas vibes. O Instituto Who Farted de Comportamento Social indica que 90% das pessoas se sentem melhor se fizerem isto com um tiquinho de cerveja ou vinho no quengo, pra ficar mais emotivo, e uma musiquinha safada pra instigar.

Uma dica importante da feminista Simone Furacão é que aqui, também, gozar é uma opção boa, desejável, mas não obrigação, pra nenhum dos lados. A lógica é que o caminho seja mais interessante do que o objetivo. Muito bom se o prazer de estar junto de alguém que você gosta e receber carinhos incríveis puder te levar a gozar múltiplas vezes, mas também se não levar dessa vez, vai na próxima, pois é acumulativo e sem desespero de direitos.

Então, ainda segundo Furacão, gozar é um direito da mulher, e jamais uma obrigação. E se quisermos igualar as coisas, vale a explicação do Instituto Who Farted de Gozações de que, para o homem, ejacular não é gozar - gozar mesmo, assim como para a mulher, é algo um tanto mais raro, enquanto ejacular nós homens conseguimos facilmente enfiando nosso falo em qualquer buraco quente, ou em poucos minutos com o uso da nossa própria mão peluda, completamente independente de qualquer outro prazer; portanto, não misture as bolas, bebê.

"Sarrar" - na sábia opinião do sexólogo Givago Sentaqui, uma das mais instigantes modalidades de sexo, por causa do jogo de esconde-esconde. Nesta pegada, não existe essa coisa de penetração, salvo, talvez, por um ou dois dedinhos maldosos. Sarrar é massa e não exige muita coisa de nenhuma das partes. Pode ser feito com roupas, ou completamente pelados, sem perder a essência.

É uma ótima alternativa pra quem quer se curtir mas não necessariamente pecar, naquele momento, por qualquer que seja a razão. O paradoxo aqui, segundo o Grupo Who Farted de Interações Sexuais, é que existe mais amor e desejo em sarrar do que em muitas trepadas que vemos por aí. Isto provavelmente se deve ao fato de que todo sarro bom precisa de um beijão bem gostoso e um toque a mais de safadeza pra dar certo, além de deixar as pessoas mais à vontade, já que ninguém está avaliando a performance de ninguém. E aqui, a princípio, vale tudo, menos pipipi no popopó.

Útil para meninas que querem guardar a virgindade, meninos que querem resguardar o rabo ou quando faltar camisinha e a treta for grande.

"Rapidinha" - é basicamente uma trepada de bolso. O instituto de Geriatria Who Farted não indica esta modalidade para homens acima dos 40, pois isso é coisa de menino encharcado de Ritalina, Viagra e testosterona sintética de academia. A rapidinha é aquela transadinha desengonçada e sem tempo pra curtir que pode acontecer na escada ou no carro, com aquela afastadinha rápida na calcinha. Mas isso, todo mundo com mais de 13 anos já sabe como se faz, né mesmo?

"Punheta" - modalidade sexual indicada aos amores não correspondidos. Cada um faz de seu jeito, dá seu jeito, do it yourself solitário, com ou sem aparelhos de pilha, filminhos e lubrificantes. Como já dizia um velho amigo do WhoFa, ainda nos tempos da escolinha... "nunca menospreze uma boa punheta, pois muitas vezes é melhor do que certas trepadas". A vantagem é que você se diverte na hora que quiser, muito parecido com jogar videogame. O mesmo vale para a siririca.

"O Sexo Profissional" - geralmente, pode ser substituído com louvor por uma boa punheta, ou uma pizza de calabresa. Mas o que pouca gente entende neste caso é que existe, sim, gente que tem prazer em pagar alguém para dar uma trepadinha, mesmo que possua inúmeras outras opções em sua própria vida pessoal e as facilidades do Tinder. Pagar é por si só um fetiche.

Fazer sexo com alguém que está recebendo para isto só será um prazer se feito desta forma, pela fantasia de comer uma profissional, ou se fizer parte de seu conjunto de crenças pessoais - porque se for pela falta de alguém que queira lhe dar ou comer, isso vai parecer algo um tanto depressivo, e pode ser trocado por uma barra de chocolate.

Transar com uma profissional é diferente de todas as outras modalidades de sexo, pois não exige nenhum esforço de sua parte para agradar a parceira, e mesmo que você tente, provavelmente ela não sentirá nenhum prazer mesmo.

É necessário um certo grau de abstração, pois você terá de se divertir praticamente sozinho, já que ficará claro que a menina não está ali se divertindo tanto quanto você, e compensa solicitar que a nobre dama da noite fique calada, sem precisar fingir aqueles horrorosos gritinhos de orgasmo de filme da Brasileirinhas.

Uma coisa importante de se entender nesta modalidade é que o interessante é que esta seja uma relação de muita clareza, pois se você começar a se relacionar com alguém que discretamente esteja contigo pelo dinheiro, sem jogar aberto, é treta grande - contrate uma profissional assumida.

Claro, estou falando tudo do ponto de vista de um cabamacho, visto que nunca me imaginei contratando um garotão malhado para me comer, mas... certamente, a descrição é muito parecida para as meninas que buscarem seus amantes profissionais.

11 agosto 2016

Contra a Maré



Tenho lido muito nestas postagens de colagens de autoajuda em redes sociais a lição de que sempre devemos apostar numa pegação que seja simples e fácil, que seja abertamente correspondida e sem ruídos.

Eu continuo indo pelo caminho menos indicado.

Percebo que tenho minhas próprias teorias sobre isto desde sempre, assim de forma meio instintiva, inconsciente. Sou muito ruim de fazer tipinho. Sempre que leio coisas deste tipo, ou considero técnicas safadas de sedução para moleques espinhentos tais como fingir desinteresse para gerar valor, noto que estas teorias são válidas apenas em situações onde a pressa faz parte dos objetivos - principalmente, a pressa de ir embora buscar a próxima, ou o próximo, depois dessa aí que você tá querendo, então tudo precisa ser rápido e sem complicação.

Eu sempre fui do tipo que quando se interessa por estas meninas complicadinhas, mimadas da vida, acredita que é melhor não esconder o que quer desde o começo, e não se importa de ser cozinhado por longos períodos, se o resultado desta trama de novela mexicana puder ser coisa boa de se ter.

Minha teoria tem lá seus fundamentos.

Todo mundo joga, todo mundo conhece técnicas de fazer ciúmes para instigar o sentimento de perda no outro. Tanto homens, quanto mulheres, hoje em dia, são especialistas nestas receitas de sedução fast food. Ser fera no assunto já é até meio padrão, assim como ter tatuagem e fumar maconha - nada disso te faz mais esperto aos olhos de ninguém com mais de dois neurônios, hoje em dia.

De fato, se você simplesmente se mostrar da forma que é e parar de esconder seus sentimentos e interesses, se você tiver suficiente autoestima para gastar e aguentar as tormentas e umas pisadas maldosas em sua cabeça, o que vem depois é a perfeita calmaria, é o desarme.

Mas isso é jogo de gente grande. Tem de ter nervos de aço.

Sim, todo mundo joga, mas não joga pra sempre. Quando se fogem das situações sociais, e ninguém mais precisa manter a fama de mal pra amigos de seu ninguém, as pessoas na verdade gostam de saber que existe quem se interessa de verdade por elas, e certamente baixam a guarda a seu tempo, agem como pessoas normais e destemidas, vão cutucar essa onça pra ver o que tem de bom ali pra elas.

Em outras palavras, quando alguém sente o chão firme pela frente, pode dar suas sambadinhas, mas eventualmente vai perceber que é seguro ir em frente, sem medo de cair e se machucar.

É por isso que ando nessa fase melosa, meio emo, meio homem sensível e maduro dos anos dois mil, piloto de comercial de carro de luxo, aqui no WhoFa. É o que tem acontecido na minha vida real, apesar de toda a minha ograbilidade.

Como disse um amigo na cervejada da última Sexta: quando chegamos a certa idade, já aprendemos que nenhuma rejeição nos derrubaria por mais tempo do que duas dormidas chorosas e uma garrafa de cachaça ou duas grades de cerveja artesanal, e isso podemos aguentar a esta altura - então não existe pra que ter medo de se foder com mais nada que se refira a meninas bonitas e suas maldadezinhas sinceras.

É assim que tem sido. Quando é amor eu assumo, e quando acaba o amor ou a paciência,  eu aviso também.

Por enquanto, sem comer ninguém, usando esta fórmula - mas há males que vêm pra bem.

Eu não sou bobo não, só tô de boa.