Acho massa textos falando de como o homem
deve se comportar na cama para fazer as meninas felizes, os segredos,
o timing das coisas e tudo mais. Apesar de sempre colher boas dicas, isso também me faz ficar imaginando que
tipo de pragmatismo a pessoa deve ter para fazer sexo com uma menina
linda e cheirosa, sem se empolgar, de forma a não errar nos passos
da boa comida, sem broxar, sem gozar antes, sem perder a
concentração, sem demorar muito em cada fase, sem jogar a toalha
molhada na cama, sem esquecer de tirar as meias.
Certamente, minhas
melhores transas não foram aquelas em que me propus a fazer
malabarismos ou utilizar técnicas de excitação, e nem mesmo
aquelas em que me preocupei muito em satisfazer a menina. Os melhores
rocks mesmo foram aqueles em que ninguém se preocupou com nada -
nem mesmo em ter prazer.
Digo, puxa, se eu vou a
um restaurante comer uma lasanha, não vou ficar o tempo todo
avaliando as qualidades da lasanha, ou se ela vai me dar todo o
prazer que eu poderia ter ao comer uma lasanha, ou se a lasanha vai me
chupar ou não, se ela me ama. Vou lá e como, curto o momento, e se a lasanha for
de meu gosto, voltarei, assim como posso voltar pelo ambiente do
restaurante, ou porque fica perto de casa. Tudo tem lá seu valor, e
seu peso nestas horas. A lasanha deveria pensar o mesmo, nesse mundo moderno.
As melhores noites
foram aquelas em que os dois, ou três, ou quatro, estavam gostando
de estar juntos, estavam conversando, tomando cerveja, rindo, fazendo
bagunça, testando eletrodomésticos, frutas, pirulitos, lasanhas e
oleosidades em geral, sem toda esta preocupação de resolver todos
os problemas da sexualidade da minha, da nossa ou da sua vida naquele momento.
Quando você se fecha
no quarto com uma menina e começa a se preocupar com sua nota na
avaliação final, a coisa vai desandar e chegar ao resultado
contrário do que todo mundo quer. Vai ser menos divertido.
E se a moça ficar
lembrando do que a revista Marie Claire dizia que ela teria de sentir
naquela hora, ou ficar encanada em não decepcionar suas amigas
feministas na hora de escolher as posições, a coisa vai dar mal.
O que excita de verdade
é ver o desejo do outro. E não adianta fingir.
Sexo é estado de
espírito. Pelo menos, sexo bom é assim - existem lá as modalidades
esportivas da causa, mas não é vida real, nem tem conteúdo, não
traz sentido, continuidade.
Tudo bem que eu devo mesmo defender estas teorias, já que ando tão gordo que pouco mais me restam do que três posições sexuais: em cima, embaixo ou deitado pegando fôlego pra voltar. Mas acho que independente de meu sarcasmo, a coisa vai no mesmo caminho pra todo mundo.
Tudo bem que eu devo mesmo defender estas teorias, já que ando tão gordo que pouco mais me restam do que três posições sexuais: em cima, embaixo ou deitado pegando fôlego pra voltar. Mas acho que independente de meu sarcasmo, a coisa vai no mesmo caminho pra todo mundo.
A boa trepada é aquela
em que você olha a pessoa e tem vontade de desfrutar dela, de passar
a noite juntos, testando paladar, tato, audição, olfato, visão e
especialmente os outros sentidos ainda não catalogados.
E tem mais... eu devo
mesmo estar filosofando demais porque, relembrando Cazuza, "neste
raio de suruba, já me passaram a mão na bunda eu ainda não comi
ninguém".
Vou é encher a
geladeira de cerveja, porque vai que...
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