Who Farted? - O Blog.
O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.
Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.
Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.
27 julho 2016
Era Só Amor
"Não daria pra simplesmente encostar na parede e roubar aquele beijo como tu sempre fazia, seu bobão?' - ô se dava... já deu demais... e até mais.
Às vezes, acontece essa coisa, essa fuga, de eu ficar tentando definir a fonte, imaginando nomes e rótulos, para um sentimento que fica pentelhando minha inquietude dia e noite, nesta vontade de puxar assunto, e reviver em conversas corriqueiras aqueles pequenos momentos que definem as razões de se amar alguém.
É abstinência de "xêro no cangote".
Não há mistérios. Quem não sabe? - dá pra saber fácil, quando você passa daquele desejo primal de comer alguém, e entra naquele estágio em que simplesmente levar pra jantar e falar sobre o tempo já te dá mais prazer ainda, ou quer tirar sua roupa só para enchê-la de beijos e mordidas safadas, enquanto assiste TV comendo pipoca. A certa altura da vida, não dá mais pra se enganar com estas diferenças.
E quem me vê passar, pergunta displiscentemente a todo tempo,"e aí, tá comendo?" - relaxe seu coraçãozinho, deixa dessa inveja branca, pois se estivesse eu não te diria.
Afinal, este é o Who Farted, e por aqui, nunca comi ninguém mesmo.
Na atual realidade do universo sentimental, pode ser um tanto desafiador e decepcionante querer chamar atenção para algo especial, vindo de você, de suas percepções da vida, das ligações perigosas que o desejo usa para te engambelar, destas intuições, dessa vontade de raptar alguém e trancar no seu quarto à beira-mar sem comunicação com o mundo externo para sempre, só pra ficar beijando o cangote.
Errado estou eu, portanto, que devia parar de tanta frescura, me agarrar ao Tinder e viver uma suada crise de meia-idade - quem, hoje em dia, quer mais levar qualquer tipo de sentimento a sério? Capriche na foto do pinto, e bota pra gerar nos nudes sensuais.
Mas onde parei mesmo? - ah, me esqueci que estou me tornando um velho babão.
Sim, é amor, e do melhor tipo, o discretamente correspondido. Do tipo que, hoje em dia, ninguém mais bota pilha. Estou, não faz muito tempo, perdendo o medo de considerar esta palavra, este conceito, como algo comum, que não tem problema nenhum em existir. E já tentei tantas teorias sobre este caso, que a esta altura, foi mesmo a possibilidade mais concreta e controversa. É só amor. Sente logo essa porra e pronto.
O irracional tem de ser sentido sem as interferências das razões.
Só que o ruído é grande, os tempos são outros. O meu tempo, o tempo dela. É treta - adoro tretas, já falei?
É, caro leitor, você está certo. Quanto mais eu envelheço, mais besta eu fico, e mais eu perco por não curtir as coisas como são, nestes tempos desalmados. Estou começando um período de ranzinzice e saudosismo dos amores sem telefone em casa, sem internet, sem celular.
Abro minha cerveja, abro meu mundo, e borassimbora para as novas e inesperadas aventuras do grande love gambler.
A maturidade te traz pelo menos três vantagens no campo sentimental: tranquilidade na cama, serenidade para assumir seus sentimentos mais tolos, habilidade de perceber a hora certa de dar linha.
Foi massa - um dia, a gente se vê com mais cerveja no quengo pra azeitar essa tua vida que de tanta movimentação, ficou travada, congestionada.
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