Tem dias que tenho vontade de aceitar o convite do mundo (que é uma bola) e dar um chute em tudo e em todos por sua mal-educação, despolidez, falta de consideração, ignorância, egoísmo, falta de imaginação, falta de visão de futuro, falta de vontade de buscar o novo, e falta de consideração (já falei isso, foi?).
Por algum motivo, minha mente vive na expectativa de um mundo que nunca consegui ver à minha volta, no qual amigos são sempre amigos, mulheres que dizem "eu te amo" não fariam nunca nada pra te machucar, irmãos não falam mal de irmãos, famílias não falam mal de famílias, pessoas simpáticas estão sendo sinceras.
Neste mundo "
Poliana", se uma pessoa lhe oferece ajuda, realmente quer lhe dar ajuda e não apenas dizer aos outros que lhe deu ajuda, satisfazendo seu ego, e não resolvendo bosta nenhuma pra ninguém - e geralmente, até atrapalhando ainda mais. Lá também, existem mulheres bonitas que realmente falam pra você, e apenas pra você, aquelas coisas que todas elas falam pra todos os caras, às vezes vários ao mesmo tempo, sem distinção.
Também, neste planeta, se faço algo muito bom ganho reconhecimento, tanto quanto seria apontado quando faço algo ruim (mesmo peso).
Então... E neste mundo imaginário, acontecem coisas incríveis mesmo.
Mas veja bem, é imaginário.
E pelo jeito, a cada dia, me percebo vítima de minha própria imaginação pueril, que não parece querer me deixar em paz, me fazendo ter decepções ao mesmo tempo que pareço decepcionar outras pessoas, com coisas do tipo "acreditar no que ouço", "levar a sério o que digo", e...
Sei... Parece aquele papo imbecil de quem fala que seus principais defeitos são tipo uma lista de qualidades mal compreendidas, né mesmo? Mas não é, não. É papo cabeça de segunda-feira.
Na verdade, o que me incomoda profundamente são pequenas atitudes do dia-a-dia que vão contra expectativas naturais de quem ainda acredita em alguma coisa boa. Não falo de grandes sacanagens não.
Eu remotamente poderia reclamar de qualquer coisa da vida, atualmente. Tudo parece ir bem, tudo parece dar pelo menos meio-certo (ou nada parece dar completamente errado até quando não sai como a encomenda).
Não tem me faltado dinheiro, idéias, meninas bonitas e até bons amigos.
Mas, sinceramente, continuo me sentindo um extraterrestre, o tipo do cara que tá sentado numa mesa com 32 pessoas ao lado, uma gata abraçando, e alguém aponta lá de fora e diz "olha aquele cara grandão ali no meio da galera, sozinho".
Mas veja bem, são meras reflexões abusivas.
O mundo, afinal, parece estar sempre torcendo contra qualquer coisa que qualquer pessoa faça para mudar as regras do jogo, e sempre temem aqueles que demonstram ter capacidade pra isso.
Nessa vidinha que levei até então, não caí uma ou duas vezes não, caí umas duzentas, e me levantei nas duzentas, e em todos os casos pareço acabar na posição de ter a foice na mão pronta para arrancar a cabeça do adversário, e acabo apertando as mãos e convidando pra tomar uma cerveja gelada.
Isso deve ser carência, ou algo assim...
Complexo de Gasparzinho - essa coisa de querer fazer amizade com os filhos da mãe que tentam me ferrar.
É isso mesmo. Dez minutos de fúria compartilhada com as 10 pessoas que seguem este blog infame.
Mas meu bom humor volta logo - não tenho a mínima intenção de cortar meus pulsos, os outros que cortem os seus.
Mas é, ou não é? Tem dia que é foda, só dando uns murros pra por a raiva pra fora mesmo.
E sabe qual é o problema maior?
É que gosto de mim pra caralho do jeito que sou, e não me permitiria mudar por nada deste mundo. Acho que o mundo inteiro deveria me achar o cara mais fodão e lindão do mundo, e ponto final.
Tava bem assim mesmo.
Mas enquanto não ganho o prêmio
Nobel de literatura com o
Who Farted, vou me contentar em fazer minhas maluquices e continuar dando certo a contragosto de não gosta (o óbvio é mesmo implacável e avassalador).
Pronto, passou.
Agora vou almoçar e me preparar para as próximos capítulos inimagináveis do
Estranho Mundo de Jack Bauer Stark.
Sim, eu assisti o
Homem de Ferro 2 - bacana mesmo.
Te vejo na esquina.