Já imaginou o tamanho do remorso que está tomando conta de zilhões de pessoas que, agora que o Michael morreu, vão começar a redescobrir sua genialidade, e em breve perceberão mais uma injustiça histórica feita pela mídia como amplificadora da opinião vendável de poucos?
Antes de escrever algo sobre isso, pensei bem em qual de meus blogs eu postaria algo a respeito...
Seria o que tem 10.000 visitas por dia e briga por visitas da Google, seria o que tem 3.000 visitas por dia e vende produtos sobre marketing, ou seria o que tem poucas dezenas de visitas por dia apenas de amigos e mulheres enlouquecidas que só pensam em sexo e empadinhas?
Bem... escolhi o Who Farted, pois não serei eu mais um a tentar ganhar algum em cima disto.
Michael Jackson nos deixou uma lição muito maior em vida do que depois de morto. Nos ensinou que cabeça de prego que se destaca leva mesmo martelada.
De que mesmo nos importam as esquisitices que fazia? Quem que esteja lendo o Who Farted pode se pronunciar um "não esquisito"?
O problema é que quando um cara consegue sucesso, seja grande ou pequeno, os olhos que se viram para ele estão buscando seus defeitos, como se isso fizesse de seus pequenos observadores pessoas maiores e melhores, já que isto teoricamente baixaria o benchmarking da coisa toda.
Nada contra falar mal da música que o cara fazia em seus últimos anos. Era ruim pra cacete mesmo. Mas depois de fazer tantas coisas boas, porque não fazer umas abobrinhas pra pagar as contas da ração da girafa, do panda, a manutenção da roda gigante?
Oras, quem tem alguma coisa a ver com isso mesmo?
Então se o cara não cresceu mentalmente, porque cresceu isolado, ele é má pessoa? Merece ser avaliado pelo preconceito de uma sociedade que caga de medo de expôr sua humanidade?
Como eu já disse em algum lugar: "Somos todos iguais - todos diferentes".
Quem chama o outro de maluco está precisando se internar, por não enxergar os nuances da vida, da consciência, da humanidade.
O que choca é não ter visto o Michael envelhecer, e ganhar aquele monte de prêmios de "desculpas públicas" que vimos outros artistas zoados receberem ao final dos exageros da exposição pública - como aconteceu, por exemplo, com James Brown.
Alguns diriam "aquele cara maluco e preconceituoso morreu". Outros (talvez eu) diriam "aquele cara que ninguém se preocupou em conhecer morreu, talvez vítima do preconceito de nossa sociedade maluca".
Não sei. Difícil até pensar em algo mais refinado e menos agressivo pra dizer.
Mas não, cara. Não era pra morrer agora não.
Who Farted é contra a guinorança.