Who Farted? - O Blog.

O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.

Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.

Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.

27 janeiro 2010

Como Prometido


Ninguém sabe bem de onde estas histórias vêm, mas o fato é que acontecem da forma mais estranha possível,e ficam por aí, rondando.

Primeiro, não era nada. Apenas um olhar na multidão, quando desci de um destes palcos bem divertidos por onde andei tocando. Talvez mais uma tiete desgovernada.

Pra mim, era só um olhar. Um olhar brilhante, mas apenas um olhar.

Só sei que lá pelas horas da madrugada a vejo batendo asas e conversando com um amigo meu, e cheguei perto, sem assustar, sem intenções, apenas para matar minha curiosidade.

Ela escreveu seu nome em meu braço, borrifou seu perfume como quem diz "me aguarde", e voôu pra longe mesmo. Pensei: "Deixa pra lá, não há de ser nada".

Só que aí, surgiu um gato preto no caminho, o tipo de bicho que muda a sorte de alguém, e a tal Mariposa veio pousar lá em casa, veio lembrar de sua história, falar de navios e garrafas jogadas ao mar - e mais uma vez a deixei voar pra longe.

Ouvi a frase "Eu não consigo amar" jogada assim, solta e sem propósito, já que nada, realmente ninguém, mas ninguém mesmo havia mencionado amor.

Logo respondi em minha cabeça com uma provocação óbvia: "Não sabe, ou tá se borrando de medo que alguém tenha o poder de te machucar?"

Nessa parte da história, como de costume, entra minha mania de respeitar a dor alheia, minha mania de pensar, minha mania de serpentear entre a cruz e a espada.

Consegui lhe causar alguma dor - a levei pra tatuar seu auto-retrato.

Sei que de tanto voar pra lá e pra cá, ela virou música. Virou duas músicas, ganhou uma citação numa terceira, e o nome numa quarta.

Mas nesse ponto da história, ela tinha voado pra realmente bem longe, e tinha mais um monte de cabra macho esperando sua volta e um que tinha ido lá buscar nas terras do além - e vá fazer sucesso assim lá em casa, meu...

A partir desta hora, resolvi que trataria este caso com duas atitudes muito claras: jamais evitaria falar o que sentia e até me derreteria em apaixonismos pouco justificáveis, mas, em contrapartida, jamais deixaria que seu lado mal e egoísta se aproveitasse destes meus rompantes.

Cheguei até a pensar que eu estava mesmo era enganado a seu respeito.

E assim tem sido desde então. Mesmo quando ela pensa que não, poderia ter em mim seu super-herói. Mas pra isso, precisaria tomar as atitudes certas, como deve ser com qualquer pessoa, e acaba sempre não tomando.

Foi quando ela voltou de surpresa para perto, e tive de afastá-la.

Aprendi que se quisesse atrair uma Mariposa pra perto, teria mesmo de afastá-la.

E eis que depois de muitas luas e sóis, enfim a coisa vingou, e vingou bonito como quase ninguém pode ter igual, ou pelo menos assim quero acreditar.

Rolou até promessa escrita na areia da praia de madrugada à luz do luar, acredita?

O mundo, por tão pouco, pareceu parar, e todas aquelas frescuras que nos permitimos sentir perto de raras pessoas, em raros momentos, foram sentidas.

Daí vem a fase novela mexicana da coisa toda. A partir do dia seguinte, tudo parecia conspirar contra, e desde então a conspiração vem ganhando a guerra.

Ao mesmo tempo em que sempre parece existir algo que nos une, sempre que esta força se mostra forte, a tal da Mariposa, que é claro que você sabe que se trata de uma mulher, e das bonitas, começa a saracotear mundo afora para provar pra si mesma que não precisa viver essa coisa de romance.

Eu, de meu lado, veja bem... Quem sou eu pra querer ser mais forte que isso? Também quero mais é a esbórnea, visto que não serei eu que ficarei a esperar, e mandando minhas garrafinhas com mensagens ao mar.

De mim, eu mesmo cuido, e cuido bem.

Mas bem que tudo isso seria bastante meigo, se houvesse a tal da coragem, que tanto prego, e gostaria de ver um dia. Iria ser a história com o final mais tosco do mundo, mas a trama mais bonita.

O resto? Bem... O resto é firula.

O que importa é entender que essa é a história de duas pessoas que se dão tão bem, que acabam resolvendo que é melhor nem ficarem muito perto.

 O fato é que mariposa vai, mariposa vem, e um dia isso vai ser apenas uma lembrança apagada, exceto por uma tatuagem que não necessariamente diz algo sobre isso tudo, e aqueles pequenos sentimentos que sempre que são tocados por acaso, fazem quase tudo voltar.

Enquanto isso, vou dando a franca chance para que outras histórias tão instigantes quanto essa possam um dia acontecer, e hora destas, acontecerão.

Porque é preciso entender que a esta altura da vida não consumo minhas noites pensando em coisas que possam acontecer. Eu não passo a vida pensando na história da Mariposa, assim como certamente ela não. Mas aí, no meio do nada, aparece aquela janela, e pronto, é como se tudo fosse hoje.

Ou não. O futuro aos ventos de verão pertence.

E tá... Não há história deste tipo que seja instigante pra quem não faz parte dela, mas valeu a tentativa de contar este causo.

E tá(2)... Existe alguma mulher descomplicadinha nesse mundo? Dá uma ligada aí... (4 semanas e contando)

PS.: O título deste post, é claro, se deve ao fato de que havia prometido há alguns dias que tomaria o tempo de uma madrugada destas pra contar esta história. mas a história é longa, e nem estou afins de falar mais do que já tenho falado.

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