Floresta negra

Se existe algo na cultura oriental que eu realmente gosto, é o fato de eles valorizarem o caminho, o processo, tanto quanto seus resultados profanos.

Para um japonês, por exemplo, cortar uma fatia de bolo de chocolate floresta negra, e colocá-la em um prato de porcelana, enfiando o grafo lentamente para garantir um pequeno pedaço é tão prazeroso quanto comê-lo - para um ocidental, bastaria que ele chegasse até o estômago, e quanto menor o trabalho para que isto ocorra, melhor.

E isto está tão sério no ocidente a ponto de termos colocado o ato do coito (ok... frescura minha: "trepação") à frente da ação de perguntar o nome da outra pessoa.

A simples inversão deste processo já me coloca numa redoma de vidro com o título honorário de penúltimo romântico, corny, bocoplasta ignorário singular.

Mas eu até tenho pouco de mística oriental...

Sou bem ocidental, pois meu lado místico é totalmente cabalista (uma espécie de numerologia com letras hebraicas, para explicar de forma injusta o que ando fazendo em meus momentos de reflexão mística).

Tenho achado curioso o fato de grande parte das pessoas que me conhecem me identificarem como um "cara solitário", até porque geralmente estas pessoas sempre me conhecem em festas, casa de amigos, na cama, ou na Internet, onde possuo mais de três centenas de amigos adicionados no messenê, um batalhão de mais de dez mil amigos em meu próprio "orkut"(Mlive) e uns quatrocentos no Orkútio (se bem, que isto, como já tinha dito em posts anteriores, realmente não quer dizer merda nenhuma... Se scrap de Orkut engravidasse, o mundo acabava).

O fato é que as pessoas me vêem assim, pois é assim que talvez me sinta por dentro, muitas vezes, mesmo passando o dia rodeado de pessoas interessantes... Ou, em palavras claras: "os olhos não mentem"... Nem eu, nem a barriguinha (pequena) de chopp.

Definitivamente, talvez.

Mas oppaaaa... Ninguém aqui falou que eu acho isso ruim...

Trata-se de mera percepção do fato de que estou sempre em movimento muito mais rápido do que o mundo à minha volta, com honorária exceção para as contas de telefone, internet e luz...

Minha hiperatividade não me deixa ter paciência de esperar, repetir, discutir... Portanto, saio a procura de outras pessoas, outros caminhos, outros lugares, sempre antes de me tornar mais um no sofá de sua sala naquela sexta-feira macabra de chuva, sem grana.

Não tenho paciência para a grande parte dos processos, e como bom ocidental, busco resultados rápidos em quase tudo... (Odeio os Mc Donnald´s fora de São Paulo - são lerdos de mais)

Mas o quase... Ah o quase... Esse faz toda a diferença na vida...

E é quando encontro momentos em que o processo dá tanto tesão quando os resultados, que percebo o quanto tenho sorte por estar cercado de pessoas formidáveis por toda a minha vida... Blah... Blah... Blah... Suck it.

Posso contar as pessoas incríveis que conheço nos dedos (com ajuda dos pés)... mas para mim, é o suficiente.

Se bem que... Acho que a maioria das pessoas me compreende facilmente - apenas não concordam com o que penso... por minha sorte.

E não, mané... Este não é um post triste nem melancólico. É na verdade um post prazeroso... No processo. (ah... Vc gosta de poesia cínica? Saca esse novo blog aqui... http://whitme.wordpress.com/

Ok... Acho uma bichisse essa coisa de postar letrinhas de músicas nos blogs... E vou evitar fazê-lo...

Mas devido à relevância desta clássica canção do genial Bowie para este processo cabalista/oriental de mudanças (mais uma vez) em que me encontro, indico um link... (se vc entende inglês, aproveite para ler este genial texto de mais um maluco hiperativo deste mundo) http://www.lyricsdepot.com/david-bowie/changes.html (Changes - David Bowie)

Ah tá... Tem no Youtube... Ouve aí... Drive it!:))