Who Farted? - O Blog.

O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.

Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.

Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.

04 novembro 2010

Primeiras Impressões do Novo Mundo



Cadê os índios? Onde estão os índios??? Abro a porta de casa e me sinto numa ilha fortaleza em alto mar. Vejo o mar batendo alto num muro de pedras - por aqui a praia já foi engolida há algumas dezenas de anos.

Poucos metros à minha direita, um pequeno forte com um canhão apontado para o mar. Andando dois ou três minutos nesta direção chego à cidade histórica de Olinda. Seria mais barato, provavelmente, morar por lá, mas puxa... Vamos aos poucos... Como rejeitar morar de frente para o mar a poucos metros de caminhada da cidade histórica?

Apesar de estar ainda na Região Metropolitana do Recife e ter encontrado gente conhecida já nos primeiros minutos em solo olindense, a sensação é de estar em outro estado - provavelmente era isso mesmo que eu estava procurando.

É preciso citar o fato de que a pousada que escolhi me pareceu mais bem organizada na hora que escolhi, do que na hora que entrei pra esta temporada, mas nada que não se ajeite em uma ou duas semanas. Foi preciso exigir uma pintura nova no quarto e algumas pequenas regalias merecidas por um turista de longo prazo que aceita pagar preço de alta temporada, né mesmo?

Justiça seja feita, estou sendo muitíssimo bem tratado por todos no local.

A cidade que rodeia o centro histórico está longe de ser perfeita. Se parece com um interiorzim, de casinhas simples, e uma charmosa certa falta de estrutura.

 Os viralatas são gordinhos e amigáveis, o que a meu ver diz muito sobre a população que vive aqui.

Moro perto de uma pastelaria, uma beiruteria, não muito longe de um bom supermercado, existem inúmeros pequenos restaurantes de bairro, dois comitês regionais do PT e até o momento já contei 23 funerárias - macabro, isso.

Primeiro problema: Já na segunda hora na cidade, minha conexão 3G caiu por 4 horas, e no dia seguinte o celular ficou mais de uma hora off.

Ah sim... A Cidade Alta, a tal cidade histórica, é bem legal. Menos agitada de noite do que eu tinha a impressão. Vendo assim, agora como morador, toda essa coisa de alguns picos forçarem uma barra para parecerem rústicos e estilosos com decoração de artesanato, parece bem falso. Não é a realidade de quem mora aqui, certamente.

Já estou aprendendo que quanto mais penduricalhos houver na parede de um restaurante olindense, mais caro custa o rango lá.

Por aqui, qualquer coisa que leve molho de manga custa os olhos da cara, apesar de manga ser uma fruta bem baratinha que sobra nas prateleiras dos mercados locais.

Ao que parece, apesar do grande número de funerárias, muita gente nasce todo dia por aqui, a julgar pelo número de mulheres grávidas nas ruas, e meninas lindas com jeito de quem teve aquele filhote inesperado há poucos anos - isto também passa a impressão de que por aqui as pessoas trepam bastante, se unirmos tudo isto ao fato de que as mulheres olham, e olham, e olham, sejam grávidas, mães, filhas, ou tias.

A cultura da jovem juventude meio comunista-meio consumista local não me atrai em nada. Não tenho paciência pra aquela coisa de meninas com sainhas indianas se arrastando pelas ladeiras com meninos rastafari falando de maconha e Jackson do Pandeiro. Mas as pessoas são legais e a conversa rola solta mesmo assim.

Não preciso nem dizer que por aqui as pessoas me vêem como mais um turista alemão. Mas deixe estar... Daqui a pouco viro mais uma lenda urbana local (aquele cara grandão do Blues que pede Stella Artois no boteco do Zé e acaba sendo derrotado por uma Schincariol meio gelada).

Conclusão: melhor que a encomenda.

Tá bem legal aqui. Eu tava precisando mudar de ares por uns tempos, faz tempo.

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