Who Farted? - O Blog.

O Who Farted é meu blog infame de conteúdo absolutamente pessoal e intransferível, no qual publico pequenos pensamentos de filosofia nonsense de boteco e pequenas fantasias de realidade fantástica (ficção), reflexões insanas e fartológicas.

Aqui solto meus fantasmas e exponho livres pontos de vista sobre um universo maluco que me cerca.

Who Farted é meu psicanalista, meu diário, minha carta aberta a meus amigos e amigas.

11 novembro 2010

Razões e Ocasiões


Quem precisa de razões? Bastam ocasiões.

Não gosto de ver coisas boas se perdendo no espaço, misturados a futilidades corriqueiras. É como ver pérolas se perdendo entre miçangas fuleiras, já dizia dona Maria - a costureira e bordadeira.

Muito pouco me faz desistir de insistir, mas a insistência em deixar para um dia qualquer, para amanhã o que deve ser cuidado com o devido carinho hoje, parece displicência de quem não enxerga ou não se admira da beleza do que vê.

Como dizia o Ray Charles, parece que tem água subindo por todo recinto, mas não estou vendo por onde.

Quem me vê de fora nem percebe, mas eu não sou cachorro não - mais uma vez parafraseando o Waldick.

Não, não me interprete mal, sei que não é por mal, mas por bem também não há de ser.

Quando apagar do desktop, nunca se esqueça de apagar da lixeira. Se não fica lá, e um dia você precisa reiniciar, recuperar o sistema, e o arquivo volta à tona sem avisar.

E por falar em tudo isso, justo quando tudo isso parece de repente começar a perder o sentido, tive minha primeira noite de morador oficial de Olinda - uma noite de Terça.

A impressão inicial é que vivendo essa vida, não tem muita gente não.

Fui com alguns amigos para o primeiro bar, logo na happy hour, sendo arrastado da minha caminhada na praia, com a mesma roupa suada que eu vestia e meus shorts de pijama preto (com uma das boas camisetas do Motorhead da série).

Gente bonita, pouco mais velha que a média dos locais que geralmente frequento. Uma boa energia no local, uma espécie de mercadinho old school, com ratoeiras, penicos e bacias à venda apenas por decoração. Uma vendinha de bairro, estilosa até de mais, com cerveja tão gelada que até me fez esquecer da marca chinfrim.

Um DJ tocando justamente Novos Baianos, pra me dar as boas vindas.

OK! Cheguei! Vocês já perceberam, é?

Acaba a festa cedo, e o povo corre para outro bar, descendo a ladeira.

Povo simpático, bar estiloso com música ambiente. Com dois dedos de prosa com a proprietária, lá estava e simpática senhora tocando Dinah Washington e Dave Brubeck a portas fechadas para nossa trupe.

Quem diria que eu estaria às 00:30 de Terça pra Quarta ouvindo jazz do bom nas ladeiras de Olinda?

Fechamos mais este bar e seguimos para um pequeno porém estiloso bar na esquina da minha casa, e lá encontramos todo mundo de novo, de novo.

As mesmas pessoas, mas agora selecionado por faixa de sono. Quem estava ali, estava de boa, sem hora pra ir pra casa.

Mulheres bonitas, e muitos velhos amigos - enfim, eu não mudei de estado, estão todos ali, ainda, jogando cerveja gelada em meu copo.

Vi um grupo separado de gente desconhecida, mas quando cheguei perto, uma bela moçoila se aproxima, e fala:

"Puxa, eu fui no teu show de Blues. É muito massa".

Mas tá, bela moçoila. Hoje, e talvez apenas hoje, eu vou pra casa dormir sozinho e talvez me dar alguma chance para refletir sobre o imponderado.

E se não for como eu imaginava, voltemos à velha frase de filosofia Who Fartediana:

"Nada é mais assustador do que a capacidade que o mundo tem de mudar por si só"

Nenhum comentário:

Postar um comentário