Calma, não me tornei nenhum xiita cabalista, enxergando sinais em tudo, fantasiando um mundo de mágica e livros dourados, como pode parecer por alguns textos que venho postando.
Nananinanão... Longe demais disto.
Apenas, resolvi exagerar, talvez para compartilhar observações que a cada dia aprendo melhor a fazer, de forma corriqueira, assim como quem percebe que um prato precisa de mais sal ou açucar. Só isso.
A vida de fato pode ser muito confusa em certos momentos, e pessoas como eu - hiperativas - possuem maior sensibilidade para o caos do que para a ordem.
Colocar CDs em ordem numa prateleira pode ser uma tarefa comparável a enviar um foguete tripulado a Marte (sendo que esta segunda opção pode ser facilmente desenhada e planejada por um hiperativo, enquanto que a primeira é impossível)
Como um beija-flôr, parecemos até lentos em nossas movimentações, enquanto as asas batem velozmente (pobres mortais jamais entenderiam a sensação do que eu estou falando...)
Muitas vezes, abrimos mão do que queremos apenas para não ter de enfrentar pequenas soluções, pequenas possibilidades de rejeição, pequenas mas pequenas mesmo possibilidades de parecermos mais fracos, ou parecer aos olhos de outros que podemos estar decepcionados.
Não tente entender a lógica disto. Só sei que é assim.
E tentar romantizar este caos, encontrando nele próprio a razão de continuarmos e continuarmos tentando, é uma forma de reforçar a noção de que na vida nada que queiramos deve ser renegado por um ou dois ou centenas de obstáculos pequenos, médios e grandes.
O que queremos é sagrado. Geralmente queremos aquilo que nos é natural querer, aquilo que está em nosso DNA. O rio quer sempre correr para o mar. E a este mar, chamamos destino.
Não, o rio não é obrigado a correr para o mar, o planeta terra não é obrigado a dar voltas em volta do sol, mas... Se quiserem, ou se apenas deixarem seu curso natural agir, é isso que irá acontecer, e sem a menor possibilidade de estarem errados, ou serem culpados por isso (mais uma poetização da realidade caótica enxergada pelo mundo sem Ritalina).
Deixar que tudo o que queremos simplesmente passe por nós, deixando aquela sensação de que estamos impotentes diante do problema, entregando-se a um frio na barriga que diz sem palavras algo como "ah, nem vale a pena tentar, isso vai ser um problema danado, me deixa aqui" não precisa ser a sina dos hiperativos.
E deixar que as coisas andem desta forma vai nos tornando mais e mais decepcionados e descrentes, e isso é tudo o que não queremos não é mesmo? (até que um dia você acaba deixando alguém enfiar uma bola de gude no seu cu para tirar uma foto como esta da capa do disco do Tom Zé)
Como vocês podem ver, tenho sim, passado por um logo período de mais reflexão, e portanto não poderia deixar de postar coisas assim para vocês, Who Fartedianos.
Mas acreditem que estou muito bem, e continuo adepto de mulher, cerveja e Rock'n'Roll, especialmente Rock'n'Roll.
E apesar de todas as minhas excentricidades, a cada dia descubro o quanto eu levo minha vida preocupado em trazer apenas coisas muito boas para as pessoas de quem gosto (nada muito religioso, confesso - é mais uma coisa dark side mesmo, mas é legal e lícito) e isso, afinal, me deixa realmente orgulhoso, mesmo que eu não pareça lá uma Madre Tereza e não esteja distribuindo sopão de madrugada para os desabrigados.
Religião é cada um com a sua e eu sem a minha. Nada, mas nada mesmo, do que digo se refere a religião (Cabala, por exemplo, não é religião, seus mané).
Falo de física, química, matemática e puns em sua maior expressão: a filosofia.
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